sábado, 20 de março de 2010

Skin Deep, de Charles Burns


Autor: Charles Burns
Editora: Fantagraphics
Ano de Edição: 2009
96 páginas

Skin Deep é o nome da coletânea que reúne três HQs publicadas por Charles Burns entre os anos de 1988 e 1992, em vários periódicos, como a revista RAW.


As histórias mostram Burns numa fase intermediária entre seus trabalhos mais antigos e despretensiosos, como El Borbah, e sua obra prima Black Hole. Na arte predominam as sombras negras e deformações físicas características das obras mais recentes do autor. Os enredos são uma bizarra e surreal mistura de horror e romance. As influências mais evidentes são os quadrinhos de romance dos anos 40 e 50, e os gibis de crime e terror da editora EC, muito populares na primeira metade dos anos 50.


Esta coletânea já havia sido lançada em formatos diferentes pela editora Penguin Books (1992) e pela própria Fantagraphics (2001, em capa dura).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Chip Kidd e Peanuts


Autor: Charles M. Schulz (HQs) e Chip Kidd (design e comentários)
Editora: Pantheon
Ano de Edição: 2001
336 páginas

Agora que todas as HQs de Peanuts estão sendo lançadas pela editora americana Fantagraphics, e no Brasil pela L&PM, o livro Peanuts: The Art of Charles M. Schulz pode parecer obsoleto. Mas ao contrário, esta obra serve como um ótimo complemento às coletâneas de tiras. O designer Chip Kidd, ao invés de simplesmente escanear os originais, optou por fotografá-los. Fotografou também a coleção do quadrinista Chris Ware, composta de tiras recortadas de jornais, gibis coloridos e brinquedos da turma de Charlie Brown.


O efeito é visualmente impressionante: em algumas páginas, detalhes das HQs são ampliados até ficarem visíveis os pontos que, combinados, formam cada cor; em outras partes do livro dezenas de velhas tiras recortadas e coladas com fita adesiva aparecem reduzidas, no limite da legibilidade.


O livro também mostra alguns cartuns de Lil’ Folks, trabalho mais antigo de Schulz e no qual podemos ver esboçados vários personagens que depois apareceriam em Peanuts.


Os textos de Kidd comentam a criação e evolução de cada personagem da tira, além de apontar várias curiosidades. Mas o que talvez mais emocione os fãs é a possibilidade de comparar os rascunhos feitos a lápis por Schulz: com traço firme no início da carreira, e tempos depois, pouco antes de sua morte, com linhas tremidas e fracas, provando que mesmo com a saúde muito debilitada o autor não abandonou os personagens adorados por milhares de leitores.



Quem quiser conhecer melhor o trabalho de Chip Kidd, que já trabalhou com Alex Ross e Art Spiegelman, pode assistir a uma ótima palestra feita pelo designer em 2006 no link abaixo:
http://channel.walkerart.org/play/chip-kidd/

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