segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Asterios Polyp



Autor: David Mazzucchelli
Ano de Edição: 2009
Editora: Pantheon Books
344 pag.
Capa: Dura com Sobrecapa.

Vocês já devem ter lido várias críticas sobre esta tão aguardada Graphic Novel de Mazzucchelli, portanto aqui serão comentadas apenas algumas das características do livro que mais chamam a atenção.

Graficamente a obra é muito criativa, mas não chega a ser revolucionária como esperavam alguns, ainda mais se comparada ao que Richard McGuire e Chris Ware andam fazendo. O traço dos desenhos é perfeito, caricatural na representação dos personagens, mas realista e preciso quando necessário.

Um dos destaques da obra é o uso criativo das cores: As cenas que se passam no presente, a partir do incêndio que destrói o apartamento de Polyp, possuem um tom predominantemente amarelo, como se as chamas continuassem queimando metaforicamente no decorrer da historia, até o momento em que Polyp reencontra sua amada, e o personagem tem uma chance de recuperar sua paz de espírito. Apenas nessa sequencia de dez páginas, bem próxima do final, uma gama maior de cores é utilizada.

Nas passagens em que Polyp relembra sua convivência com Hana, a mulher a que amava, predominam o azul e o rosa, cores conflitantes acentuando o conflito entre as personagens.

O roteiro se desenvolve com fluidez. Da pra ler de uma sentada. O autor domina a técnica da narração com maestria, intercalando momentos sérios e cômicos com equilíbrio. Mas parece que falta carisma aos personagens. E um pouco de originalidade também: o intelectual arrogante que deve aprender a ser mais humilde e a artista tímida que depois de muito sofrer aprende a se impor e se tornar o foco das atenções não são grande novidade.

Por fim, dentre os melhores momentos do livro, dois são antológicos: a sequencia na qual uma bolha no pé de Polyp lhe da uma sensação de "deja vu", trazendo um turbilhão de memórias da época em que vivia com sua amada. É graficamente perfeita e carregada de emoção; e o final do livro, engenhoso, inesperado, terrível e hilário ao mesmo tempo, salvando a história do que parecia ser um epílogo meio água com açúcar.

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