terça-feira, 25 de maio de 2010

Coletânea de HQs infantis clássicas, escolhidas por Art Spiegelman e Françoise Mouly

Título: The Toon Treasury of Classic Children´s Comics
Editora: Abrams ComicArts
Editores: Art Spiegelman e Françoise Mouly
352 páginas

The Toon Treasury of Classic Children´s Comics reúne HQs infantis publicadas entre 1939 e 1965, cuidadosamente escolhidas pelo cartunista Art Spiegelman e sua esposa Françoise Mouly, editora de arte da revista New Yorker. Obras-primas do gênero aparecem no livro ao lado de algumas criações menos expressivas, mas a qualidade da maioria das histórias é excelente.

No prefácio, os editores afirmam que algumas HQs estão entre o que de melhor foi feito no campo da literatura infantil do século 20. Lendo as histórias deste livro, fica difícil discordar. Autores como Carl Barks, John Stanley, Jules Feiffer, Walt Kelly e Harvey Kurtzman levaram os quadrinhos além do simples entretenimento, enriquecendo suas narrativas com sutis comentários sobre a sociedade e as relações humanas. As obras destes autores permanecem atuais e cativantes, seja para o público infantil ou adulto. Entre as histórias reunidas em The Toon Treasury, algumas merecem atenção especial:

Em Tralla La, de Carl Barks, Tio Patinhas, com uma simples tampinha de refrigerante, desestabiliza uma sociedade economicamente perfeita, na qual não existe dinheiro. Barks se destacava dos outros artistas da Disney não só pelo traço preciso, mas principalmente pelos ótimos roteiros que combinavam humor, aventura e reflexão.

Five Little Babies, com roteiro de John Stanley, é um divertido épico sobre sadismo infantil. Stanley não foi o criador de Little Lulu (Luluzinha), mas acrescentou profundidade psicológica à personagem.

Walt Kelly adaptou diversos contos de fadas para os quadrinhos, mas Pogo foi certamente o ápice criativo de sua carreira, com ritmo ágil e humor comparável ao dos melhores desenhos da Disney (empresa para a qual Kelly trabalhou, fazendo animações), além de altas doses de sátira social.


Harvey Kurtzman e Basil Wolverton já faziam, desde os anos 40, o tipo de humor ácido e insano que posteriormente seria popularizado por revistas como a MAD. Em momentos hilários, Kurtzman invertia os papéis e colocava seus personagens rindo dos leitores.

Em todas as 67 HQs do livro foram mantidas as cores originais. Várias capas dos gibis originais também foram reproduzidas (as desenhadas por Walt Kelly são primorosas) e uma breve biografia de cada autor foi incluída.

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