sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eles estão chegando! Pixies – discografia básica


Dia 11 de Outubro a cultuada banda Pixies será uma das principais atrações do festival SWU, que acontecerá em Itu, interior de SP. O conjunto se apresentará com sua formação original: Black Francis (guitarra e vocais), Kim Deal (baixo e vocais), Joey Santiago (guitarra) e David Lovering (bateria). Embora tenha lançado seu último álbum de estúdio em 1991, o grupo ocasionalmente se reúne para fazer turnês e tocar em festivais.

O Pixies foi uma das bandas mais importantes e influentes do rock alternativo dos anos 80 e 90. Além dos discos comentados abaixo, lançaram várias coletâneas e caixas com gravações ao vivo, versões alternativas e demos.


Come on Pilgrim (1987)

O primeiro disco dos Pixies foi este EP, curto, mas impressionante. A banda mostra um rock enérgico e estranho, com influências de punk, folk e bandas como Gun Club e Captain Beefheart.

As guitarras aparecem em primeiro plano, com os solos precisos e econômicos de Joey Santiago. As canções lembram um pouco outra banda da época, o Throwing Muses.

Os vocais de Black Francis são versáteis e poderosos. Suas letras obscuras sugerem cenas de incesto, violência e referências bíblicas. Algumas canções são cantadas em espanhol (Black Francis morou em Porto Rico).

Era um início promissor.


Surfer Rosa (1988)

Bone Machine, a primeira música do disco, parece uma continuação de Come on Pilgrim, mas a bateria soa mais pesada e as guitarras mais abrasivas.

Nas canções seguintes, a atuação do produtor Steve Albini fica mais evidente. As guitarras estão muito mais barulhentas que no disco anterior, construindo uma muralha de ruído que encobre as canções melodiosas. Em Broken Face e Oh My Golly!, por exemplo, surf music e hardcore colidem furiosamente, mas o álbum também possui momentos mais calmos e acústicos.

Gigantic é a única faixa na qual a baixista Kim Deal assume os vocais principais. A música alterna momentos calmos e barulhentos, característica comum a várias canções da banda, e que seria uma influência direta na criação de Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. Curiosamente os vocais de Gigantic foram gravados no banheiro do estúdio, pois o produtor não gostava da acústica da sala de gravação.

Os vocais de Black Francis soam mais dementes que nunca: ele resmunga, grita furiosamente, produz sons estranhos e até, pasmem, canta tranquilamente em algumas músicas.

É um dos clássicos da banda, e seu disco mais brutal e caótico. Em algumas edições de Surfer Rosa em CD, Come on Pilgrim vem incluído como bônus.


Doolittle (1989)

Provavelmente o maior sucesso comercial do Pixies, produzido por Gil Norton, que substituiu o barulho do álbum anterior por um som mais limpo e sofisticado, incluindo arranjos de cordas em Monkey Gone to Heaven. A variedade de estilos das canções é maior que nos discos anteriores. Há músicas lentas e sombrias, punk rock acelerado, canções pop, folk, reggae, surf music, baladas românticas hilárias e sérias.

Debaser, a música arrebatadora que abre o álbum, deixa clara a influência do movimento artístico surrealista sobre as letras de Francis. A canção é uma homenagem ao filme Um Cão Andaluz, dirigido por Luis Buñuel e Salvador Dalí.

Here Comes Your Man é uma das criações mais pop do Pixies, tão pop que a banda não queria gravá-la, mas acabaram cedendo devido à insistência do produtor. A canção foi o segundo single do álbum, e logo se tornou um hit nas rádios universitárias norte-americanas.

Doolittle é o outro clássico do Pixies, mais pop, mas ainda estranho e provocador.


Bossanova (1990)

Tentativa de repetir o sucesso do disco anterior, novamente com produção luxuosa de Gil Norton, mas o resultado ficou muito irregular.

A banda, que passava por conflitos internos, soa desanimada e repetitiva. Sobressaem-se sombrias canções surf como Ana, Havalina e principalmente Velouria, além do rock pop de Dig for Fire e Allison.

Antes do lançamento do disco, Black Francis disse em algumas entrevistas que este seria um álbum de Heavy Metal. Os fãs ficaram meio preocupados: um disco da Heavy Metal? E o nome é Bossa Nova?? Mas tudo não passava de uma brincadeira de Francis, claro.


Trompe le Monde (1991)

O último disco de estúdio da banda, que não conseguira superar as desavenças internas, é quase um álbum solo de Black Francis. Voltam à cena as guitarras pesadas e canções melódicas. A novidade é o uso de sintetizadores em algumas músicas.

As letras delirantes de Francis homenageiam filmes B de ficção científica e temas mitológicos.

Nem tudo funciona bem no álbum, mas a divertida barulheira de Planet of Sound e a cover furiosa de Head On (do Jesus and Mary Chain) estão entre as melhores gravações da banda.

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