terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PLASTIC MAN AND JACK COLE


Autores: Art Spiegelman (texto) e Chip Kidd (design gráfico)
Ano de Edição: 2001
Editora: Chronicle Books
144 pag.

O premiado cartunista Art Spiegelman narra os momentos mais importantes da vida de Jack Cole, desde a infância até seu misterioso suicídio em 1958, ao mesmo tempo em que analisa a evolução do trabalho do artista. Cole foi um artista prolífico, tendo criado diversos super-heróis durante a “Era de Ouro” dos quadrinhos, mas o curioso é que um de seus personagens mais lembrados dessa fase talvez seja The Claw, um super-vilão monstruoso.

No final de 1940 Cole assinou contrato com a editora Quality Comics, onde trabalharia com outros grandes artistas, como Will Eisner, criador do Spirit. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando Eisner foi convocado pelo exército, Cole foi um dos artistas que escreveu e desenhou anonimamente as aventuras do Spirit.

Certamente, o maior legado de Cole para os quadrinhos seria o super-herói Plastic Man, cuja primeira aparição se daria na revista Police Comics n.1, em 1941. As HQs deste personagem, mais conhecido por aqui como Homem-Borracha, estão entre os melhores quadrinhos criados nos anos 40, rivalizando em criatividade com o próprio Spirit. Embora as aventuras fossem frenéticas, Cole privilegiava o humor, deixando as cenas de aventura e pancadaria em segundo plano. Spiegelman analisa detalhadamente os personagens, a arte e diagramação das histórias do Plastic Man.




No início dos anos 50 Cole abandonou as histórias do Plastic Man e passou a se dedicar a outros projetos, como tiras para jornais e cartuns para a revista Playboy.

O livro de Spiegelman e Kidd é rico em ilustrações, mas a maior sacada da dupla foi encartar no livro cinco HQs de Cole, escaneadas das revistas originais e impressas em papel jornal, dando ao leitor a sensação de estar lendo os “comic books” originais. São quatro histórias do Plastic Man e a curiosa história de crime “Murder, Morphine and Me”. Um quadrinho desta última história aparece no livro Seduction of the Innocent, obra que apontava as HQs violentas como inspiradoras da delinqüência juvenil, e que iniciou um movimento moralista que baniria a violência dos quadrinhos americanos durante boa parte dos anos 50. O quadrinho em questão mostra uma mulher prestes a ter o olho perfurado pela agulha de uma seringa.

Parte dos leitores e críticos americanos considerou confusa a diagramação de Kidd, mas o livro é uma ótima introdução para o trabalho de Jack Cole.